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Petrobras analisa a alegação de grupo de ransomware envolvendo roubo de dados de exploração

Petrobras, gigante brasileira do petróleo, está analisando uma alegação do grupo de ransomware Everest, que alega ter roubado um grande volume de dados técnicos dos sistemas de exploração da empresa. O grupo publicou amostras em seu local de vazamento e afirmou ter obtido cerca de noventa gigabytes de material relacionado a levantamentos sísmicos no Brasil. As amostras incluem nomes de arquivos e metadados que referenciam nós sísmicos, profundidades de hidrofone e informações de navegação. A Petrobras não confirmou a intrusão ou a autenticidade dos arquivos. A empresa também não informou se os sistemas operacionais foram afetados.

 

 

Pesquisadores de segurança que analisaram as amostras publicadas disseram que os arquivos parecem ter origem em sistemas de geologia e geofísica, e não em plataformas de suporte empresarial. Esses sistemas armazenam resultados de levantamentos sísmicos usados para orientar decisões de exploração e perfuração em regiões offshore. O material referenciado nas amostras inclui parâmetros técnicos que podem indicar locais de levantamento e métodos de aquisição de dados. Analistas dizem que as informações podem ter valor estratégico porque os dados sísmicos são considerados proprietários dentro do setor de petróleo e gás. Eles também observaram que não há indicação de que o incidente tenha interrompido a produção ou operações ativas de perfuração.

Everest afirmou que a Petrobras tem seis dias para iniciar as negociações. O grupo geralmente utiliza uma abordagem de extorsão dupla que combina roubo de dados com ameaças de publicar informações roubadas. Pesquisadores afirmam que o Everest tem como alvo várias organizações de infraestrutura crítica este ano e tem focado em conjuntos de dados técnicos ligados à engenharia, processos industriais e planejamento de exploração. O modelo do grupo incentiva os afiliados a vazarem dados mesmo quando as vítimas se recusam a pagar. Isso aumenta a probabilidade de que informações roubadas circulem em fóruns clandestinos.

A Petrobras não divulgou quais sistemas podem ter sido acessados ou como um atacante poderia ter entrado em sua rede. A empresa afirmou que está avaliando a reivindicação e não identificou nenhuma interrupção nos ambientes operacionais de tecnologia que suporte atividades offshore. Analistas afirmam que, se os dados forem confirmados como genuínos, o incidente pode levantar questões sobre a proteção dos sistemas de dados de campo. Arquivos de exploração podem influenciar decisões de investimento, posicionamento competitivo e planejamento de longo prazo em bacias offshore. A exposição desses arquivos poderia reduzir a confidencialidade em projetos estratégicos.

A alegação também destaca a mudança mais ampla do foco dos atacantes para informações técnicas de alto valor detidas por empresas industriais e de energia. Em anos anteriores, os agentes de ransomware frequentemente miravam redes corporativas que continham registros financeiros ou dados de clientes. Os analistas agora observam maior atenção a arquivos de engenharia, diagramas operacionais e dados de exploração, pois esses registros têm utilidade a longo prazo e podem ter maior influência em tentativas de extorsão. A alegação da Petrobras está alinhada com esse padrão e reflete ameaças contínuas às organizações do setor de energia que gerenciam ambientes extensos de dados de campo.

A Petrobras não forneceu detalhes sobre as etapas de contenção ou se terceiros respondentes a incidentes estão envolvidos. Espera-se que a empresa revise logs de acesso, backups e conexões com fornecedores para determinar se algum mecanismo de persistência foi introduzido. Organizações do setor de petróleo e gás estão monitorando a situação e revisando seus próprios controles para sistemas que armazenam dados de exploração, resultados sísmicos e arquivos técnicos de projetos. Especialistas em segurança observam que esses sistemas podem operar fora das redes corporativas tradicionais e, portanto, exigem atenção focada.