Legisladores de Wisconsin e Michigan estão considerando projetos de lei que restringiriam o acesso a redes privadas virtuais (VPNs) numa tentativa de impedir que menores contornem sistemas de verificação de idade em sites que hospedam conteúdo sexual. A proposta de Wisconsin exige que esses sites verifiquem a idade do usuário e bloqueiem o acesso de qualquer pessoa que se conecte via VPN. O projeto de lei foi aprovado na Assembleia Estadual e está atualmente em análise no Senado. A proposta de Michigan adota uma abordagem diferente, colocando a responsabilidade sobre os provedores de serviços de internet, que seriam obrigados a detectar e bloquear o tráfego de VPN vinculado a conteúdo adulto. Esse projeto não avançou.

 

 

Os defensores da legislação argumentam que menores podem facilmente ativar uma VPN para evitar a verificação de idade. Eles dizem que restrições de VPN fechariam essa lacuna e dariam mais impacto prático aos limites de idade em nível estadual. Os projetos de lei seguem esforços semelhantes em outros estados que exigem que plataformas online confirmem a identidade do usuário antes de permitir o acesso a conteúdo sexual. Defensores de controles mais rigorosos acreditam que os sistemas atuais não funcionam de forma confiável porque podem ser contornados por ferramentas que obscurecem a localização ou a origem da rede.

Grupos de direitos digitais levantaram preocupações sobre ambas as propostas. A Electronic Frontier Foundation afirma que bloquear VPNs prejudicaria a privacidade online de milhões de pessoas que dependem dessas ferramentas para atividades cotidianas. Estudantes e funcionários frequentemente usam VPNs para acessar sistemas do campus e redes corporativas. Jornalistas, ativistas políticos e sobreviventes de violência doméstica os utilizam para proteger seus locais e comunicações. A organização alerta que criar sistemas para identificar e restringir o tráfego de VPN pode levar a um aumento no monitoramento do uso da internet e reduzir a segurança pessoal.

Especialistas técnicos também questionam a viabilidade desses projetos. Os serviços de VPN utilizam uma ampla variedade de tecnologias para disfarçar padrões de tráfego, o que dificulta a detecção confiável. Tentativas de bloquear VPNs frequentemente resultam em usuários legítimos sendo negados de acesso a sites ou sistemas de trabalho comuns. Isso pode interromper as operações do negócio e criar novos riscos de segurança. Especialistas observam que os esforços para limitar o uso de VPN em outros países produziram resultados mistos e exigiram monitoramento significativo da atividade da rede.

Ambas as propostas estaduais destacam um debate nacional crescente sobre como equilibrar a segurança das crianças e a privacidade digital. Muitos defensores da privacidade argumentam que soluções mais eficazes podem incluir programas educacionais, controles parentais aprimorados e orientações mais claras para plataformas que hospedam conteúdo sensível. Eles acreditam que restrições amplas às ferramentas de privacidade podem ter consequências que vão muito além da questão que pretendem abordar.

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